É melhor se fazer de difícil?

Simone Cunha

Especialistas afirmam que não existe regra quando o assunto é conquista, mas apostar em uma atitude sutil pode atrair mais o interesse do parceiro

As mulheres deixaram de ser consideradas sexo frágil, no entanto elas ainda assumem a liderança quando o assunto é sensibilidade. Por isso devem abusar deste diferencial revertendo-o em seu favor ;no ;universo da conquista. Para a antropóloga Mirian Goldenberg, a iniciativa ainda é considerada um artifício masculino, porém não quer dizer que a mulher não pode usá-lo também. “A diferença é de que na hora da conquista elas agem de maneira mais sutil”, comenta a especialista.

Segundo Ailton Amélio, doutor em Psicologia e professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), há um diferencial entre o jeito de agir masculino e feminino durante a paquera. Culturalmente, eles são mais diretos e elas apostam em um movimento mais discreto. “As mulheres devem aproveitar os recursos que têm: um olhar, um sorriso, insinuando que está a fim, sem expressar isso de forma tão direta”, sugere o psicólogo.

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Para ele, a mulher deve ir preparando o terreno. E Amélio garante: “Em geral, o homem nem percebe que está sendo seduzido, mesmo que a mulher esteja determinada a conquista-lo”. De acordo com Sérgio Savian, psicanalista especializado em relacionamento, a paquera é um jogo que não se dá em linha reta. Portanto, a comunicação deve ser oblíqua. “A mulher deve ir se aproximando pelas bordas, deixando o outro em dúvida. Neste sentido funciona melhor quando você dá a entender que está a fim, mas ao mesmo tempo se retira para que ele fique confuso e intrigado”, ensina.

Dificultar um pouco pode realmente dar certo

Naturalmente, as mulheres estão mais ativas. E, para Amélio, a passividade vem perdendo terreno. No entanto, fazer-se de difícil ainda é um jogo de sedução que contribui para valorizar essa conquista. “A mente humana é assim: queremos aquilo que é difícil e descartamos o que é fácil. Sempre funcionou e não há perspectiva de que isso mude”, avalia Savian. ;

Portanto, essa estratégia ainda funciona. E Amélio afirma que uma dose de insegurança não atrapalha. “Isso pode ser o catalisador do amor. Afinal, parcerias duradouras costumam ser resultado de uma fase de cortejamento prolongado”, considera. Para o psicólogo, é preciso ser mais seletivo, criar uma base para ver se vale levar adiante. “Excitação e ansiedade atrapalham muito, sem contar que qualquer relacionamento precisa passar por essa fase”, destaca.

A mulher não deve ter pressa em querer agarrar seu pretendente. “Os homens se empolgam e se apaixonam mais rápido, porém isso passa”, alerta Amélio. Ou seja, quem realmente está em busca de um parceiro, um relacionamento mais sólido, deve agir com tranquilidade. ;

Para tomar a iniciativa é preciso assumir riscos

De acordo com Amélio, não é proibido adotar uma atitude mais direta. Porém, a mulher que age assim deve estar preparada para assumir os riscos. “Eles não reclamam, mas muitos homens ainda têm preconceito em escolher uma mulher mais liberal para engatar um relacionamento”, considera o psicólogo.

A antropóloga Mirian Goldenberg diz que as mulheres que já romperam com este jogo e não aceitam este papel submisso não se sentem incomodadas com o que eles vão pensar. “Estão acontecendo mudanças que permitem à mulher brasileira sentir-se mais livre para exercer outros papéis, vencendo tabus e barreiras”, afirma.

Para Savian, a mulher que demonstra o que deseja pode agradar ou não. Tudo depende com quem está flertando. “Um homem muito moralista prefere as mais recatadas. Um tímido reza para que uma mulher tome a iniciativa. Já os mais modernos não se importam”, fala. Segundo os especialistas, a mulher que toma a iniciativa ainda pode ser taxada de fácil, por isso ela precisa estar pronta para enfrentar este tipo de julgamento. “Se ela for esperta, pode fazê-lo de forma sutil, atribuindo os créditos da paquera a ele”, sugere Savian. Este ainda pode ser um caminho mais seguro e menos traumático, afinal muitas mulheres assumem uma postura mais ativa, mas ainda se frustram quando o parceiro não liga no dia seguinte.


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