‘Além do Tempo’ chega ao fim como a melhor surpresa do horário das 18h

Último capítulo da trama de Elizabeth Jhin vai ao ar nesta sexta

Rio – “Além do Tempo” entrou no ar em julho do ano passado meio despercebida e termina nesta sexta-feira como a grande surpresa dos últimos anos do horário das 18h da Globo. A trama de Elizabeth Jhin ousou fazer algo inédito em nossa teledramaturgia: contar sua história em duas fases com uma grande passagem de tempo – a primeira se passou no século 19 e a outra, nos dias atuais, mantendo os mesmos atores e nomes dos personagens.

Movida pelo amor e por grandes interpretações, como a de Irene Ravache (Vitória) e Ana Beatriz Nogueira (Emília), a novela cativou o telespectador, transformando-se em sucesso.

Paolla Oliveira, Rafael Cardoso e Alinne Moraes viveram triângulo amoroso de sucesso em 'Além do Tempo'

Paolla Oliveira, Rafael Cardoso e Alinne Moraes viveram triângulo amoroso de sucesso em ‘Além do Tempo’

Foto: Divulgação

Na metade de 2015 o público ainda estava envolvido com os diálogos sensíveis de “Sete Vidas”, de Lícia Manzo, quando as chamadas de uma novela de época começaram a entrar no ar. O estilo podia levar a pensar que se tratava de algo como “Força de um Desejo” – uma superprodução de época escrita em 1999 por Gilberto Braga para o horário, mas que teve repercussão mediana. Bastaram duas semanas de “Além do Tempo” no ar para que a história de amor de Lívia (Alinne Moraes) e Felipe (Rafael Cardoso), que atravessa séculos, caísse no gosto do público das 18h.

Êxito merecido

São várias as razões do sucesso. Os cuidados com figurino, iluminação (principalmente nas cenas noturnas ou no entardecer) e cenografia na primeira fase, deixavam as sequências gostosas de assistir. Na etapa final – que acabou perdendo o envolvimento de uma pequena parte do público que se encantou com a anterior – a ambientação no Sul do país foi um acerto, garantindo belas paisagens.

Vitória e Emília alternaram a vilania em cada fase, promovendo duelos quando suas identidades foram reveladas. Pedro (Emílio Dantas) e Melissa (Paolla Oliveira) tiveram seu grande momento de maldade reservado para a reta final de cada etapa, tentando separar os protagonistas.

Cena de Emília (Ana Beatriz Nogueira) e Vitória (Irene Ravache) fazendo as pazes emocionou o público

Cena de Emília (Ana Beatriz Nogueira) e Vitória (Irene Ravache) fazendo as pazes emocionou o público

Foto: Divulgação/TV Globo

Belas atuações

Irene Ravache e Ana Beatriz Nogueira presentearam o público com ótimas interpretações. Fosse com as desavenças entre sogra e nora na etapa inicial ou mágoas entre mãe e filha na final, elas mostraram versatilidade para alternar serem más em uma fase e boa em outra. Há tempos as duas atrizes – principalmente Irene – mereciam papéis à altura de seu talento.

Romances

O amor foi o ingrediente que encantou o telespectador, levando-o a querer estar em frente à TV no horário da novela e voltar a suspirar, como há tempos não fazia. Declarações românticas e beijos apaixonados tornaram mais leves os começos de noite de quem assistiu a novela nos últimos meses.

Aliados ao texto da autora, que está em seu melhor momento desde 2007, quando estreou com “Eterna Magia” – Jhin também escreveu “Escrito nas Estrelas” (2010) e “Amor Eterno Amor” (2012) – Alinne Moraes e Rafael Cardoso conseguiram transmitir verdade no sentimento de Lívia e Felipe.

O desfecho com os dois morrendo abraçados no fundo do mar após caírem de um penhasco foi o ápice da primeira fase – que teve outros ótimos momentos. O reencontro deles no metrô, na passagem de tempo para os dias atuais, mostrou que a química continuaria a mesma mais de 150 anos depois.

Mas não foram só Lívia e Felipe que fizeram o coração de quem ligou a TV às 18h bater mais forte. Com pouco destaque no século 19, Anitta (Letícia Persiles) e Afonso (Caio Paduan) ganharam espaço para viver seu romance nos dias atuais. Emília e Bernardo (Felipe Camargo), que tanto lutaram para ficar juntos ao longo dos séculos, e Gema (Louise Cardoso) e Raul (Val Perré) também mantiveram a chama acesa.

Se para alguns atores a mudança de fase foi boa, outros não conseguiram se destacar em nenhuma das duas vidas que tiveram. Foi o caso de Marcelo Torreão (Botelho), Nica Bonfim (Dona Neném) e Cassiano Carneiro (Walmir).

A história chega ao fim nesta sexta com boa parte dos desfechos já encaminhados durante esta semana: Emília acordou do coma e pediu perdão a Vitória, Anita pediu Afonso em casamento, assim como Bernardo fez com Emília. Resta aguardar se, nesta vida, Pedro e Melissa deixarão que Lívia e Felipe sejam felizes para sempre.


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