"O encontro da minha vida foi com o William", diz Fátima Bernardes

Às 6h da manhã, de segunda a sexta-feira, Fátima Bernardes já está de pé. Rapidamente ela se arruma e toma café com os filhos, Laura, Beatriz e Vinícius, seus trigêmeos, que estão com 17 anos. Tudo corrido para chegar ao Projac, a central de estúdios da TV Globo, por volta das 7h, repassar o roteiro, e aí sim fazer maquiagem, definir o figurino, reunir-se com equipe e entrar, ao vivo, às 10h50, no Encontro com Fátima Bernardes. Essa é a atual rotina da jornalista e apresentadora que ficou 25 anos no Jornal Nacional – 14 deles na bancada ao lado de William Bonner, seu marido – e agora comemora os três anos do programa que mistura entretenimento e jornalismo.

Fátima Bernardes (Foto: Marcelo Tabach/Ed. Globo)

“Quando pensei na atração, minha ideia era ter algo não no sentido de ser melhor, mas diferente. O artista pode vir e falar uma vez sobre o trabalho, mas o foco é saber o que ele pensa sobre outros assuntos”, conta a apresentadora, que acompanhou um dia do Encontro. “Adoro conversar. A ideia de ter plateia veio porque eu queria a chance de falar com as pessoas, continuar entrevistando”, explica.

Ao lado dos colegas Marcos Veras e Lair Rennó, Fátima ousa com desenvoltura. Ela interage com os convidados naturalmente e, para isso, brinca, dança – em quase todos os programas –, comenta notícias, se emociona, dá conselhos. “O que busco é não fazer nada que não me deixe à vontade. Se eu me divirto, tenho mais chance de fazer as pessoas se divertirem também. Se eu passar por algum tipo de constrangimento, o telespectador vai perceber porque não sou atriz. Sou eu mesma ali”, diz ela, que já chegou a tomar um banho de água gelada, se arriscar no pole dance e até cantar. “Deve ter algo que eu não faça. Há coisas que descubro na hora. Já dancei de tudo. Mas isso para mim não é um mistério. É engraçado me ver fazendo isso na TV, mas danço desde os 7 anos”, completa.

Fátima também encara as críticas de maneira leve. Como o programa é ao vivo, eventualmente há falhas e a apresentadora vira alvo de comentários na internet. “Há coisas que são divertidas e, com bom humor, está ótimo. Só quem faz programa ao vivo vai errar, esse é o desafio. Não gosto de errar, óbvio, mas jamais abriria mão do ao vivo, que é o que me alimenta”, afirma.

Fátima Bernardes (Foto: Marcelo Tabach/Ed. Globo)

Jazzterapia
Aos 52 anos, a apresentadora esbanja jovialidade. Ela mantém a boa forma com a ajuda de um personal trainer, alimentação balanceada e aulas de jazz, sua atividade favorita. “A dança ajuda a manter o corpo e a agilidade mental. É a única coisa que me faz não pensar em nada, é impressionante. Funciona muito como terapia”, garante.

A passagem do tempo não incomoda Fátima. Para ela, sua aparência é resultado de um estilo de vida. “Nunca tomei muito sol, minha alimentação é bacana, faço exercícios, durmo bem, não bebo, nunca fumei. Acho que tudo isso de alguma forma vai se somando”, diz a jornalista, que confessa não ter medo de procedimentos estéticos. “Eu já fiz botox e não deixo de lado a limpeza de pele. Nunca tive espinha, é uma sorte. Se futuramente eu precisar de uma cirurgia plástica, não vejo problema. Se eu perceber que não estou mais feliz, sou dada a atitudes drásticas”, conclui.

Mudança
Fátima deixou a bancada do Jornal Nacional em 2011, mas conta que a ideia do programa próprio a instigava desde 2006. Ela previa que um dia poderia ficar insatisfeita com o que fazia. “Quando eu disse ‘agora chegou a hora’ não era porque eu estava infeliz naquele momento, mas pelo risco de em dez anos não estar mais feliz. Sou ansiosa, e o ansioso pensa muito na frente. Me sinto bem desafiada a fazer algo, aprender coisas novas, conhecer pessoas novas. Hoje estou confortável”, festeja a apresentadora, que deixou o marido um pouco apreensivo com a ideia, na época. “Ele se surpreendeu. Naquele momento ficou preocupado, chegou a achar que talvez aquilo não fosse o melhor para mim. Depois que estreei, ele falou que eu estava certa, que percebia minha alegria no ar”, conta.
Com a saída de Fátima do JN, a rotina do casal mudou. Agora com horários bem distintos, ela diz que os momentos juntos são bem aproveitados. “Quando ele chega eu já jantei com os meninos, mas vou fazer companhia para ele. Realmente a gente precisa aproveitar o tempo que tem porque é menor mesmo. Quando estou indo embora (do Projac), lá pelas 15h30, para ele ainda falta uma longa jornada”, explica.

William e Fátima estão completando 25 anos de casados. Ela garante que o sucesso da união não tem fórmula. “Não acredito em alma gêmea. Existem admiração e respeito crescentes. A gente tem prazer em estar juntos, uma alegria pelo que estamos construindo. Enquanto isso existir, vai ficar”, diz a apresentadora. “O encontro da minha vida foi com o William. Daí vieram as crianças. É, realmente, o mais marcante”, conclui.

Fátima Bernardes (Foto: Marcelo Tabach/Ed. Globo)

Mãe
Em casa, Fátima gosta de organizar as coisas quando tem tempo e admite que chega a ser metódica. “O William diz: ‘Se pode complicar, por que facilitar?’. Até bem pouco tempo eu marcava todas as etiquetas de roupas deles (os filhos). A pessoa que vai lavar precisa saber de quem é a camiseta branca e a bege na hora de guardar. Sempre fui muito metódica nisso. Como eu via as crianças se jogando no meio do quintal com roupas de sair, passei a marcar ‘casa’ e ‘sair’ para eles saberem qual é para ficar em casa e qual é para sair”, conta, aos risos.

Coruja, a apresentadora se desdobra em elogios aos filhos e garante que eles não lhe dão trabalho. “Se eu disser que tenho alguma dor de cabeça com eles, estaria mentindo. Tenho três filhos que são bons alunos, são muito legais com as outras pessoas, são bons amigos, bons netos, são bacanas com as pessoas que trabalham em casa, comigo e com o William”, derrete-se. Mesmo na adolescência, o trio não deixa os pais de cabelos em pé. “O William brincava que ia extraditar cada um para um país quando chegassem à adolescência. ‘Não vou aguentar os três juntos’, ele dizia. Mas a gente não precisou extraditar ninguém! Ainda estamos bem felizes com eles por perto”, afirma a jornalista.

Os trigêmeos estão no último ano do ensino médio e Fátima já se prepara para o dia em que eles sairão de casa para estudar fora do país – o que sempre esteve presente nos planos dos pais. “Ninguém nunca está preparado. Fala-se muito do ninho vazio. Mas vou me acostumar porque eu não sabia ser mãe e fui logo de três! Eles acabam ensinando para a gente”, reflete. “(Ser mãe) é a minha missão mais difícil. Ter o compromisso de educar três pessoas que ajudem neste mundo e que não sejam um peso para quem conviver com elas. Essa é a tarefa mais difícil que exerci. Mas é também muito prazerosa! E eu não seria feliz se não fosse mãe”, completa Fátima.

Fátima Bernardes (Foto: Marcelo Tabach/Ed. Globo)
Fátima Bernardes (Foto: Marcelo Tabach/Ed. Globo)


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