‘Insegurança, pensamentos ruins e ansiedade’: Dramas das mães de primeira viagem

Pesquisa indica que mais da metade das mulheres sofrem fantasiando que algo ruim vai acontecer com o filho e não admitem com medo do julgamento

Você costuma imaginar, mesmo sem querer, que algo ruim pode acontecer com seu filho? Se a resposta for sim, não se sinta sozinha. Um estudo realizado pelo site “Parenting ChannelMum.com” revela que quase a metade das mães de primeira viagem sofre com pensamentos e alucinações assustadores e 49% delas escondem isso com medo de ser julgadas ou separadas do filho.

Mães de primeira viagem tem medo de que algo ruim aconteça com o filho, mas não conseguem conversar sobre isso

Mães de primeira viagem tem medo de que algo ruim aconteça com o filho, mas não conseguem conversar sobre isso

Foto: shutterstock

O sentimento mais comum é o medo de que “algo terrível” pode acontecer com o bebê, e 62% das mães de primeira viagem sentem isso com frequência. Já 44% das mulheres são atormentadas com a ideia de que o bebê pode morrer e 13% imaginam que podem matar ou prejudicar o próprio filho.

Segundo informações do portal britânico “Daily Mail”, a pesquisa também descobriu que uma a cada 50 mães chegou a acreditar que seus bebês a odiava e 1% criou a ilusão de que a sogra tinha a intensão que roubar o bebê. O medo irracional de que uma pessoa aleatória pode roubar ou prejudique o bebê assombra 31% das mães, por isso, elas evitam se encontrar ou falar com pessoas estranhas. Para 39%, o filho e o marido ficariam melhores sem a presença delas e 16% cogitaram cometer suicídio.

O medo atrapalha a busca por ajuda

Mesmo sabendo que muitas mulheres enfrentam esse problema, 65% das mães não faziam ideia de que a gravidez e a maternidade poderiam afetar a saúde mental delas e por não saber disso, 19% acharam que estavam “ficando loucas” quando os sintomas começaram a aparecer.

A falta de informação, além de assustar, faz com que as mulheres tomem atitudes equivocadas: 19% das mães que sofreram com alguma doença mental após o parto relataram que não procuraram ajuda com receio de serem separadas do filho.

Os resultados da pesquisa fizeram alguns especialistas acreditarem que poderia haver uma “epidemia oculta” de doenças mentais relacionadas à questão da maternidade, já que 64% das mães que ficam doentes nunca tentam obter um diagnóstico de um profissional.

Problemas mais enfrentados

Atualmente, a doença mental que mais atinge as mães de primeira viagem é a ansiedade, afetando 68% das mulheres. Depois, vem a insônia causada pela preocupação, que atinge 48% das mães. Já a depressão pós-parto afeta 35% delas, e 23% sofrem de ataque de pânico.

Detectar os próprios sintomas é possível: 69% das mulheres conseguiram perceber que estavam doentes e só 14% não notaram e precisaram ser alertadas pelo parceiro. Já a maneira mais comum de disfarçarem aquilo que sentem é fingindo que está tudo bem, 94% das mulheres admitem que mentiram para as pessoas sobre como realmente se sentiam nesse período.

Possíveis causas e soluções

A falta de sono foi vista como o principal gatilho para as mães adoecerem, 55% das mães acreditam que isso contribuiu para a sua condição. Para 41%, a culpa é das mudanças hormonais, enquanto 14% acreditam que esse problema tem relação com a pressão causada pelas redes sociais, pois as pessoas fingem que possuem uma vida perfeita.

Além desses índices preocupantes, o estudo também aponta o que as mães acreditam que poderiam mudar isso. A maioria das mulheres (80%) quer que a sociedade seja mais aberta, entenda os problemas de saúde mental enfrentados na maternidade e que as mães de primeira viagem podem, sim, ter preocupações excessivas com o filho. Já 69% gostariam de a sociedade tivesse claro que isso pode acontecer a qualquer um. Para os pesquisadores, a conclusão do estudo é que todos esses problemas estão diretamente relacionados a pressões sociais.



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