Jovens que escolheram esperar dizem que namoro cristão é uma prova de amor
Faltando pouco para o Dia dos Namorados, o Delas conta a história de Levi Brianesi e Rebeca Gimenez, que revelam os desafios de um namoro cristão
Em um período em que a liberdade sexual é tão discutida, esperar o dia do casamento para transar pela primeira vez é um ato surpreendente. Rebeca Gimenez, de 20 anos, e Levi Brianesi, de 22, fizeram essa escolha e não se importam com as críticas. Para o jovem casal paulistano, que cresceu em uma igreja evangélica, o namoro cristão nada mais é que uma prova de amor.
Em um namoro cristão, o casal paulistano Rebeca e Levi sonha com o casamento, programado para acontecer em 2019
Foto: Arquivo pessoal
“Eu, particularmente, nunca tive vergonha do que eu escolhi para a minha vida porque eu acho que essa é a mais bonita declaração de amor que eu poderia fazer para alguém”, afirma Levi, que está em um namoro cristão com Rebeca desde janeiro de 2015.
Em uma conversa, no início do relacionamento, o casal conta que prometeu deixar os “desejos da carne” em segundo plano. E, para cumprir o desafio, traçou algumas estratégias: além de não faltar nos cultos da igreja, para estar sempre em comunhão com Deus, a dupla apaixonada faz questão de sair sempre com amigos e familiares.
Na foto, Rebeca e Levi aparecem com os amigos da igreja em um evento do movimento “escolhi esperar”, em São Paulo
Foto: Arquivo pessoal
“É claro que a tentação é forte, somos de carne e osso (risos). Mas eu creio que nenhuma tentação é colocada sobre alguém que não possa suportar”, garante o jovem que, apoiado pela namorada, afirma ainda que outros casais serviram de inspiração para eles seguirem adiante.
O youtuber Israel Subirá e sua esposa, Priscilla Huber, por exemplo, têm uma história inspiradora e Rebeca os admira. “O Israel casou com a Priscilla um dia depois de completar 18 anos. Os dois deram o primeiro beijo no altar e são maravilhosos. O meu coração fica a mil só de pensar no quanto eles oraram e ajudaram um ao outro neste período”, afirma a moça.
Longo período de espera
Evangélicos, Rebeca e Levi aconselham outros jovens a seguirem esse caminho para não “atropelarem fases” da vida
Foto: Arquivo pessoal
Embora o namoro cristão de Rebeca e Levi tenha sido iniciado em 2015, o casal já se “esperava” há muito tempo. A jovem, que começará a cursar pedagogia em agosto, conta que é apaixonada pelo futuro marido desde os 12 anos e precisou esperar um bom tempo para poder, ao menos, andar de mãos dadas com o rapaz que conheceu na igreja e a conquistou.
“Na época, meu pai falou que só deixaria eu namorar depois dos 18 anos, e aquilo ficou na minha cabeça. Ali, eu já percebi que esperar não seria fácil”, conta ela, que hoje entende a decisão do pai e acredita que, graças a esse período, percebeu que seria capaz de esperar um pouco mais e aguentar firme, até o casamento, para avançar na intimidade.
“Eu sempre vi minhas amigas namorando ou ficando com vários garotos. Mas, enquanto estava sozinha, também percebia que, com o passar do tempo, elas ficavam frustradas porque ainda não tinham discernimento para saber com quem estavam se envolvendo”, argumenta.
Na época em que ainda aguardava a aprovação do pai para namorar com seu amado, Rebeca conta que ouvia de várias pessoas que era uma “crente careta” e antiquada. Levi, para piorar a situação, chegou a namorar com outra garota, mas ela ainda acreditava que Deus os uniria.
Casal usa alianças do movimento “escolhi esperar”, que reúne vários jovens que farão sexo só depois do casamento
Foto: Arquivo pessoal
“Eu sabia que ele estava ‘cego’ e nós ainda ficaríamos juntos (risos). Eu o esperei e não me arrependo porque não vale a pena agir de maneira precipitada. Quando você espera, as coisas fluem. E o esperar é ter fé, saber que não é hoje e talvez não será amanhã”, explica a moça, que já sonha com os detalhes do casamento, programado para o ano que vem.
“Parece um filme! Quando a gente ainda não namorava e estávamos esperando a decisão dos nossos pais para ficarmos juntos, combinamos que, quando um olhasse para o outro e fechasse bem os olhos por alguns segundos, isso significaria um ‘eu te amo’. A gente sempre fazia isso, e as pessoas diziam que éramos trouxas, mas não me arrependo”, conta aos risos.
Machismo pode atrapalhar decisão
De acordo com a garota, o bullying pela escolha é inevitável, mas é muito pior para o homem que tem coragem de dizer que vai fazer sexo só depois do casamento, por causa do machismo. “Às vezes, eu me sentia um peixinho fora d’água no meio de outras garotas porque elas diziam que, enquanto eu ficasse esperando, ele ficaria com outras porque é homem”, afirma a jovem.
O casal de jovens admite que a tentação existe, mas a intimidade com Deus os ajuda a superar os desafios a cada dia
Foto: Arquivo pessoal
Levi diz que, embora não se envergonhe de dizer o que decidiu, admite que se sente desconfortável com alguns comentários que escuta e lamenta pelo preconceito de algumas pessoas. “Eu trabalho com vários colegas que não têm a mesma crença que eu. Muitos respeitam, mas é claro que existem brincadeiras e comentários que causam desconforto.”
Para o jovem, esperar o casamento para fazer sexo é fazer a vontade de Deus, e o propósito não é tão sem sentido como algumas pessoas pensam. “Quando você planta uma semente, não dá para colher o fruto no mesmo momento. Antes, você precisa cuidar daquela semente, tratar e esperar que ela amadureça. Quando você escolhe esperar, no namoro cristão, você simplesmente diz que o sexo não é tão importante quanto estar com a pessoa que você ama.”