Confira 3 dicas para se aventurar no poliamor ou em um relacionamento aberto
De acordo com Cátia Damasceno, especialista em sexualidade, as “novas” formas de amar são válidas, mas é preciso ponderar alguns aspectos antes de mergulhar de cabeça nelas; saiba quais
A cada dia, a diversidade vem sendo mais aceita. Se antes as relações monogâmicas eram obrigatórias na sociedade ocidental, cada vez mais pessoas testam novas formas de amar, abrindo espaço para o relacionamento aberto e para o poliamor. “É claro que ainda existe preconceito, e sabemos que a monogamia deve permanecer como padrão, mas acho que as pessoas precisam respeitar quem opta por outros tipos de relacionamentos”, comenta a especialista em sexualidade Cátia Damasceno. Saiba como decidir se segue ou não por este caminho:
Antes de se aventurar no poliamor ou em uma relação aberta, é preciso ponderar algumas questões
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Relacionamento aberto, poliamor, poligamia ou swing?
Mas, afinal, poliamor, relacionamento aberto e todas essas outras coisas são iguais? Não! Antes de dar as dicas, Cátia comenta a diferença entre os tipos mais comuns. “O relacionamento aberto é basicamente uma relação monogâmica afetiva em que as duas partes concordam em ter a participação de outras pessoas para relacionamentos sexuais ou até mesmo afetivos”, conta. Segundo Cátia, existem diferentes possibilidades: casais que incluem outras pessoas na relação sexual, outros que combinam de avisar quando vão sair com outra pessoa e aqueles que preferem não ser avisados, mas sabem que o parceiro pode fazer sexo com outros.
Segundo a especialista, o relacionamento aberto se distingue dos casais que praticam “swing” porque, neste caso, trata-se apenas de relacionamentos fechados em que o casal promove uma troca de parceiros com certa frequência. “Existem bares e casas específicas para esse tipo de troca, além de aplicativos que promovem o encontro de casais praticantes de swing”, afirma.
Cátia também conta que o poliamor ocorre quando há relacionamento amoroso, afetivo e sexual entre três ou mais pessoas. “Nesse caso, o poliamor significa que você tem de administrar um relacionamento com mais de uma pessoa”, ressalta, destacando também que há diferentes formas “geométricas” de organização a relação. “É uma loucura”, brinca. “Tem caso de relacionamento em formato de triângulo, em que todos têm relacionamento, mas tem quartetos em formato de N ou de quadras, envolvendo pessoas bissexuais ou não”, conta. Por fim, Cátia lembra que a Poligamia costuma ter uma única pessoa casada unilateralmente com outras e envolve questões legais. “No Brasil, por exemplo, a poligamia não é reconhecida”, explica.
Como definir um relacionamento aberto?
1. Conversar, conversar e conversar
Segundo Cátia, não há nada mais importante em um relacionamento que a conversa. “Fale sobre os seus desejos, conte o que você sente e sempre deixe claro o que te incomoda”, explica. Para Cátia, não existe regra. “Toda decisão no relacionamento pode mudar conforme as pessoas mudam o que sentem”, alerta. O segredo é que cada um deixe claro ao parceiro – ou aos parceiros – o que pensa.
2. Reflita sobre o ciúme
Cátia alerta que as pessoas mais ciumentas e possessivas acabam não se adequando a relacionamentos abertos. “Tudo bem se o relacionamento aberto não serve pra você”, considera a especialista. “Você pode dar vazão a fantasias e desejos mesmo com um único parceiro, então não se preocupe”, explica. Acima de tudo, Cátia alerta que a decisão de “abrir” um relacionamento deve partir de todos que fazem parte do casal. “Nada de experimentar esse tipo de relacionamento apenas porque o seu parceiro quer”, ensina.
3. Acabe com o preconceito
Por fim, mesmo quem opta por não estar em um relacionamento aberto ou no poliamor deve acabar com o preconceito em relação aos que optam por esse estilo de vida. “Eu sei que é difícil para algumas pessoas aceitar que os outros possam ter esse tipo de relacionamento, já que vivemos em uma sociedade monogâmica”, conta. “Mas na história da humanidade, já tivemos diversas civilizações poligâmicas que provam que os tipos de relacionamento que vivemos são puramente culturais, sem nenhum suporte natural ou biológico”, completa.