Caso William Waack é mais um a municiar ataques da Record a Globo
Caso William Waack foi o mais recente a servir como pano de fundo para ataques entre as emissoras rivais; relembre outros casos em que a Record atacou a Globo a partir de pautas de relevo e repercussão social
A edição do programa “Domingo Espetacular”, da Record, apresentado por Paulo Henrique Amorim, do último domingo (12) exibiu uma longa reportagem sobre o caso William Waack, o ex-âncora do “Jornal da Globo“, afastado após o vazamento de um vídeo em que ele faz comentários racistas. O vídeo em questão foi gravado durante a cobertura das eleições norte-americanas, no ano passado, em que ele e Paulo Sotero deveriam comentar o resultado das eleições que deram a Donald Trump o cargo de Presidente dos Estados Unidos.
Paulo Henrique Amorim ataca a Rede Globo em matéria sobre o polêmico caso de racismo de William Waack
Foto: Reprodução
O apresentador do programa da Record já havia publicado um texto em seu blog comentando o caso. No texto, o autor refere-se ao jornalista afastado da emissora rival como “apresentador irônico e impiedoso da TV Globo”, que “quando as luzes não estão acesas é um bárbaro preconceituoso e cruel, revelando não ter só os maus modos que quer julgar mas , mais que isso, revela-se sem humanidade”.
Na reportagem em questão, os dois jovens responsáveis por divulgar o vídeo são entrevistados, além de diversos líderes do movimento negro – que criticam duramente o comentário do jornalista da Rede Globo, relembrando a herança histórica do racismo projetado na sociedade brasileira. Após o vazamento do material, Waack também foi criticado por diversos famosos da emissora. Com isso, o âncora acabou sendo afastado do cargo na emissora carioca. Essa não foi a primeira vez que Paulo Henrique Amorim usou o “Domingo Espetacular” para atacar a emissora rival.
Queermuseu
Obra na exposição “Queermuseu”, do Santander Cultural, que causou frisson no Brasil inteiro com suas obras polêmicas
Foto: Reprodução/Twitter
Um caso recente que chamou a atenção dos espectadores foi o da exposição Queermuseu, promovida pelo Santander Cultural, quando uma semana após a exibição de uma matéria favorável à exposição foi exibida no “Fantástico”, o “Domingo Espetacular” se manifestou de forma contrária. A exposição ganhou mídia por exibir quadros polêmicos, chegando a ser acusada de incentivar pedofilia e transexualidade em crianças.
Corrupção
Palocci já foi alvo de uma série de matérias produzidas pela Rede Record para atacar a emissora da família Marinho
Foto: Reprodução
Também neste ano, em mais uma matéria do “Domingo Espetacular”, a atração acusou a rival de estar envolvida em escândalos de corrupção, e que estaria temendo a delação premiada de Antônio Palocci pois ele poderia “contar o que sabe sobre os negócios dos irmãos Marinho”. A emissora ainda elencou alguns dos possíveis deslizes da emissora, como sonegação de impostos e que teria poder o suficiente para influenciar quem deve e quem não deve fazer uma delação premiada no país.
Enquete
Uma enquete feita no “Encontro com Fátima Bernardes”, em 2016, também serviu de mote para que a Record atacasse a Rede Globo mais uma vez, no programa “Fala Que Eu Te Escuto”. Isso porque o programa global repercutia o roteiro do filme “Sob Pressão”, que apresenta o dilema de uma equipe médica que precisa atender ao mesmo tempo um traficante e um policial feridos em um confronto, mesmo com recursos escassos. Na atração de Fátima Bernardes, a apresentadora perguntou para os internautas se eles prefeririam atender primeiro o traficante gravemente ferido ou o policial, com ferimentos leves. A emissora do bispo chamou a enquete de tendenciosa e equivocada.
Crivella
Crivella foi mote para um verdadeiro embate entre as emissoras
Foto: Reprodução
A eleição de Marcelo Crivella também esquentou a conturbada relação entre as duas emissoras, no Rio de Janeiro. Uma reportagem exibida pela Record sugeriria que a eleição de Crivella representaria uma retração nos lucros da emissora global, se ele desejasse romper algumas parcerias feitas com a prefeitura da Cidade Maravilhosa há vários anos, como a Fundação Roberto Marinho, que promove eventos de caráter cultural na cidade, e ao Infoglobo, que realiza eventos em diversas áreas da cidade.
Troca de Acusações
Após uma acusação de fraude e corrupção contra o bispo Edir Macedo, a Rede Globo encontrou um prato cheio para as matérias do “Jornal Nacional”, que deu inúmeras manchetes sobre as acusações contra o dono da Record. Em seu principal programa jornalístico, a emissora contra-atacou a rival, em que dedicou dez minutos a mostrar as obras de caridade realizadas pela Igreja Universal do Reino de Deus, destacou as filiais da igreja espalhadas por 174 países e contabilizou os cerca de oito milhões de fiéis no Brasil.
Nu Frontal
“Amor & Sexo” também causou estranhamento entre as duas emissoras por cena de nu frontal
Foto: Reprodução
Em 2013, a emissora global inovou ao mostrar um nu frontal masculino pela primeira vez na TV aberta, no programa “Amor & Sexo”. Em uma reportagem exibida no “Domingo Espetacular”, a emissora do bispo ouviu a rival e um dos responsáveis pelo setor de classificação indicativa do Ministério da Justiça. A reportagem relembrou até o polêmico sushi erótico do “Domingão do Faustão”.
Estádios vazios
Ainda lá em 2013, o programa “Esporte Fantástico” abriu uma de suas edições fazendo severas críticas à Rede Globo. Isso porque, de acordo com a matéria exibida na ocasião, a rival detém os direitos de transmissão dos jogos do Campeonato Brasileiro – e a culpou pelo esvaziamento dos estádios naqueles anos. Na matéria, foram exibidos diversos depoimentos de torcedores criticando a emissora, que moldaria as tabelas de jogos de acordo com sua grade programação.
Paulo Henrique Amorim condenado
William Waack foi afastado do “Jornal da Globo” após vazamento de vídeo com comentários racistas
Foto: Reprodução
Embora tenha criticado duramente o jornalista William Waack após comentários de injúria racial, o apresentador do “Domingo Espetacular”, da Record, foi condenado por um crime semelhante, em 2010. Isso porque, em seu blog, Paulo Henrique Amorim chamou Heraldo Pereira de “negro de alma branca”. Além disso, em 2015, ele já havia sido condenado a indenizar o colega Merval Pereira em um valor correspondente a 30 salários mínimos, por conta de uma série de ofensas que fez.