‘Os Saltimbancos Trapalhões: Rumo a Hollywood’ é para fãs dos Trapalhões e Didi

Longa que reúne Renato Aragão e Dedé Santana não faz rir, mas conserva essência de Os Trapalhões com bom elenco e homenagem ao eterno Didi. Produção chega aos cinemas brasileiros em 19 de janeiro

Cena do filme que marca o retorno de Renato Aragão aos cinemas e estreia em 19 de janeiro nas salas de todo o País

Cena do filme que marca o retorno de Renato Aragão aos cinemas e estreia em 19 de janeiro nas salas de todo o País

Foto: Divulgação

Os fãs de Renato Aragão e Os Trapalhões – grupo que fez sucesso entre os anos 60 e 90 na TV e que ganha esse ano uma versão com novos atores – são provavelmente quem mais vai gostar de “Os Saltimbancos Trapalhões: Rumo a Hollywood”. O filme, que marca o retorno do humorista aos cinemas, traz a essência do grupo, mas não faz rir nos dias de hoje – só os mais velhos ou muito fãs vão achar graça.

Os Saltimbancos Trapalhões estreia dia 19

Na história dessa nova versão de “Os Saltimbancos Trapalhões” (houve uma em 1981, com Lucinha Lins, Mila Moreira e Eduardo Conde no elenco), o Grande Circo Sumatra enfrenta uma grande crise financeira desde a proibição de animais em espetáculos (o que é lembrado várias vezes como uma coisa boa). Didi (Renato Aragão), com a ajuda de Karina (Letícia Colin), decide montar um número para salvar o circo da falência a partir dos sonhos mirabolantes que tem com animais falantes, enfentando então Assis Satã (Marcos Frota), Tigrana (Alinne Moraes), Barão (Roberto Guilherme) e a prepotência do prefeito corrupto (Nelson Freitas).

Logo na primeira cena dos dois, dá para ver que a química entre Renato Aragão e Dedé Santana é a mesma que atravessou décadas na TV e no cinema. Em alguns momentos quem assistiu Didi e Dedé juntos ou com o grupo sente um apego afetivo por vê-los ainda em atividade. Uma muleta que poderia ser diminuída é a situação em que Didi fala algo errado, e, quando corrigido, responde “corre junto”, dando a entender que quis falar aquilo. De tão repetido em tão pouco tempo, chega a ficar mais incômodo que o “isso, isso, isso”, de Chaves (Roberto Bolaños).

A tecnologia não se impõe para parecer atualizado: tirando uma cena em que a personagem de Lívian Aragão usa o computador para ajudar a vidente Zoroastra (Maria Clara Gueiros), a vida dos personagens parece perdida em algum lugar do tempo onde celulares e outros apetrechos tecnológicos não eram essenciais – Didi usa uma máquina de escrever, por exemplo, para criar o roteiro do musical que os artistas circenses vão encenar.

O elenco escalado é de primeira – Alinne Moraes, Letícia Colin, Emílio Dantas, Rafael Vitti, entre outros – e os figurinos não deixam a desejar, ainda mais se lembrarmos dos filmes dos Trapalhões feitos em fases mais difíceis do cinema nacional. Dan Stulbach encarna Tom Hanks entregando um prêmio em um dos sonhos de Didi, incorporando a semelhança que na vida real dizem haver entre os dois.

O ponto alto do longa é o número musical que Letícia Colin e Emílio Dantas, que já têm experiência no assunto no teatro – ele atuou em “Rock in Rio: o Musical” (2013) e “Cazuza – Pro Dia Nascer Feliz (2013/2015), e ela em “Hair” (2010), “O Grande Circo Místico – O Musical” (2014) e no infantil “Mas Por Quê??! A História de Elvis” (2015) – protagonizam com o restante do elenco. Quem assistiu ao primeiro filme, há 36 anos, lembrará de imediato das canções.

Cena da sequência tardia de

Cena da sequência tardia de “Os Saltimbancos Trapalhões”

Foto: Divulgação

No fim das contas, “Os Saltimbancos Trapalhões: Rumo a Hollywood” é uma grande homenagem ao circo e a Renato Aragão, que fica verdadeiramente emocionado com os aplausos no final. Há a inserção de uma cena antiga na qual os quatro Trapalhões estão sentados reunidos e Mussum e Zacarias aparecem chorando, em uma tentativa de emocionar também o espectador. Caso esta seja sua última aparição na telona, Didi encerra bem sua trajetória no cinema.



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