SIM São Paulo movimenta o mercado da música e se expande para a periferia
Quarta edição do evento acontece na capital paulista a partir desta quarta-feira (7) e pela primeira vez terá programação na periferia da cidade
Começa nesta quarta-feira (7) a quarta edição da SIM São Paulo, a Semana Internacional de Música da capital paulista. Com 27 artistas escalados para se apresentar, o festival inova neste ano ao descentralizar sua programação e promover shows e eventos na periferia da cidade.
As Bahias e a Cozinha Mineira é uma das atrações da SIM São Paulo, que começa na capital paulista nesta quarta (7)
Foto: Divulgação
“A gente quer derrubar barreiras regionais e sociais, quer ir para bairros mais distantes, levar a SIM para lá e trazer os artistas para cá”, explicou Fabiana Batistela, organizadora da SIM São Paulo, em entrevista ao iG.
Desde essa segunda-feira (5), bairros da zona sul e da zona leste da capital já estão recebendo a programação do festival, que vai desde shows a oficinas e rodas de discussão. No fim de semana, Cidade Tiradentes receberá workshops e palestras, além dos shows de Dan Feitosa, Craca e Dani Nega, Apocalipse Urbano e Deb and The Mentals. Na quinta-feira (8), o rapper Rodrigo Ogi comanda uma noite de artistas da periferia na Vila Madalena.
Além deles, também tocam no festival Elza Soares, Liniker, Chocolat, Maglore, The Baggios, Random Recipe, Allie X, Ventre, Tagore, As Bahias e a Cozinha Mineira e outros artistas. O festival ainda terá a exibição exclusiva de “Supersonic“, documentário sobre o Oasis, e “One More Time With Feeling“, documentário sobre Nick Cave.
O principal hub da SIM será o Centro Cultural São Paulo, na zona sul da capital. Lá acontecerá toda a programação de debates e workshops do festival, além de alguns shows. Entre os eventos que acontecerão no CCSP, está o keynote de abertura, em que os organizadores irão ler uma carta ao prefeito eleito de São Paulo, João Dória Jr.
“Vamos dizer o que o mercado da música quer da prefeitura”, explicou Batistela sobre a abertura da SIM. O texto é baseado no Projeto de Lei “SP: Cidade da Música”, proposto pelo vereador Nabil Bonduki (PT).
Para a organizadora, a principal dificuldade da SIM neste ano foi a falta de apoio das políticas públicas. “Todo ano é difícil, desde o primeiro”, confessou. “Mas nossa maior dificuldade foi a quebra e a descontinuação do trabalho de formatação de novas políticas públicas”, disse.
Apesar da mudança na administração, Batistela garante que a produção do festival continuará conversando com a prefeitura de São Paulo e aprovou a escolha de André Sturm para a secretaria de cultura. “Ele é um realizador, faz acontecer mesmo”, disse.
Fixação no calendário
Em sua quarta edição, a SIM caminha para se consolidar como um dos grandes eventos de música no Brasil – tanto para os fãs quanto para a indústria. “Já temos bastante atenção e todo mundo quer estar no festival”, disse Fabiana. “A SIM é um evento que pode estar no calendário do mundo”, garantiu.
Liniker e Elza Soares estarão no show de abertura da SIM São Paulo, que também terá Mahmundi
Foto: Divulgação/Pedro Margherito
Parte disso vem da compreensão de público e players sobre a mecânica no festival, muito parecida ao do SXSW, nos Estados Unidos. “No primeiro ano, foi bem difícil do público entender o que era o evento, a programação não foi bem compreendida”, explicou a organizadora. “No ano passado, tivemos todas as noites lotadas”, lembrou.
Além dos shows, as 27 bandas de todo o mundo que participarão da SIM poderão fazer conexões com membros da indústria. “A ação de uma banda numa feira não se resume ao showcase. O show é só um item da programação que você tem que fazer em uma feira”, disse. “Artista que divulga seu show tem mais público, quem não divulga tem menos público. Não depende só da gente”, continuou.
Próximos passos
Apesar da dificuldade em fazer o festival neste ano, a ideia de Fabiana Batistela é fazer com que a SIM se expanda ainda mais. “O evento está crescendo muito rápido, nossa ideia é entrar em todos os estilos musicais”, disse a produtora.
“A gente quer ampliar para a música popular, trazer o pessoal de funk, de sertanejo, o que for”, continuou. Para ela, o evento ainda é muito pequeno para atrair produtores de funk e sertanejo, indústrias que movimentam muito dinheiro no Brasil. “É um mercado à parte que funciona sozinho”, resumiu.
A SIM São Paulo acontece entre os dias 7 e 11 de dezembro em toda a capital paulista. O evento de abertura será nesta quarta-feira (7), no Auditório Ibirapuera, com shows de Mahmundi, Liniker e os Caramelows e Elza Soares. A credencial para o festival, que dá acesso a todos eventos e espaços, custa R$ 350. A programação completa está disponível no site oficial do festival.