Ancine distribui R$ 30 milhões para novos filmes de produção independente
Dos 22 projetos selecionados pela Ancine, 16 são filmes de ficção, cinco são documentários e um é animação; saiba para onde esses recursos vão
Vinte e dois projetos de longa-metragem foram os vencedores do 3º edital da Agência Nacional do Cinema (Ancine), que vai investir R$ 30 milhões em obras cinematográficas de linguagem inovadora e relevância artísticas.
Ancine libera verba para produções
Foto: Reprodução
Os recursos oferecidos nesta ação do Programa Brasil de Todas as Telas, da Ancine, svem do Fundo Setorial do Audiovisual. Nesta terceira edição, a Chamada Pública Prodecine 05/2015 recebeu 330 inscrições – um aumento de 65% em relação ao edital anterior. Dos 22 projetos selecionados, 16 são filmes de ficção, cinco são documentários e um é uma animação para o público adulto.
Todos os projetos serão feitos por produtoras independentes sediadas em sete estados (Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Sul) e no Distrito Federal. “Apostamos em obras com potencial para trilhar carreira em festivais nacionais e internacionais, ampliando a visibilidade do filme brasileiro, e que também possam chegar ao circuito de salas de cinema, diversificando a oferta e ampliando o público do cinema nacional. Não acreditamos em um único tipo de filmes. A sociedade brasileira é plural e deseja ter acesso filmes de diversos gêneros, linguagens e sensibilidades”, disse o diretor-presidente da Ancine, Manoel Rangel.
Entre os contemplados há projetos de cineastas veteranos, como Geraldo Sarno, Silvio Tendler, Geraldo Moraes, Paula Gaitán e Carlos Gerbase, e nomes da novíssima geração do cinema brasileiro, como Adirley Queirós, Maya Da-Rin, Alice Furtado e Gustavo Galvão. Dez diretores são estreantes no formato longa-metragem de ficção.
A Chamada Pública da Ancine voltada para filmes de relevância artística existe desde 2013 e financiou 33 projetos. Parte dos contemplados nas duas edições anteriores já foi finalizada e segue carreiras em festivais e mostras no Brasil e no exterior, antes da estreia comercial nos cinemas.
“Beduíno”, de Júlio Bressane, um dos vencedores anunciados em 2014, fez sua estreia mundial no Festival de Locarno, na Suíça. Também contemplado no primeiro edital, “Fala Comigo”, do estreante Felipe Sholl, foi o vencedor dos prêmios de melhor filme e melhor atriz da última edição do Festival do Rio, em outubro.
Cena do filme Beduíno, de Júlio Bressane
Foto: Divulgação
De acordo com Sholl, o recurso do edital financiou totalmente seu filme. “É uma linha importantíssima, que privilegia um cinema mais autoral, e já está rendendo frutos. Espero que essa política de financiamento continue, porque é fundamental para o surgimento de novas vozes no cinema brasileiro”, disse o cineasta.
O programa “Brasil de Todas as Telas” já apoiou 486 longas-metragens e 476 séries ou telefilmes. De acordo com a Ancine, a aposta no investimento em desenvolvimento de projetos também foi bem-sucedida, rendendo a estruturação de 69 núcleos criativos em todas as regiões do país e a viabilização de 769 novos projetos de obras audiovisuais.
A lista completa dos 22 projetos contemplados nesta edição pode ser consultada no site da Ancine (http://www.ancine.gov.br/).