Meditação é tão eficaz quanto medicamentos para tratar depressão
Especialista fala como a prática de meditar pode substituir os pensamentos negativos e de que forma influencia na redes neuronais do cérebro
A depressão é uma das doenças mais comuns da atualidade e os tratamentos mais conhecidos são à base de terapia e antidepressivos. O problema é que muitos desses medicamentos são considerados fortes e muitas pessoas não aceitam utilizar. A boa notícia é que a Universidade de Oxford, no Reino Unido, divulgou um estudo que afirma que a meditação pode ser tão benéfica no combate à depressão quando os antidepressivos.
Depressão pode ser tratada com meditação, segundo estudo
Foto: Getty Images
O professor e pesquisador de Saúde Quântica Wallace Liimaa diz que hoje existem diversos estudos que comprovam que a meditação ajuda no combate de diversas doenças. Ele explica que isso acontece porque o cérebro é regido por ondas mais aceleradas e conseguir esvaziar a mente ajuda a diminuir esse ritmo e, consequentemente, a tratar a depressão.
“Desde a hora que acordamos até a hora de dormir, nosso cérebro é regido por ondas beta, que influenciam na organização, planejamento, foco e outras coisas. Quando a pessoa medita, ela muda a frequência das ondas cerebrais. Sai das ondas beta e vai para a ondas alfa, que são mais tranquilas”, fala Wallace.
Voltando ao passado
A pessoa com depressão fica remoendo situações negativas do passado e cada vez que ela lembra do que aconteceu, todas as emoções voltam, fazendo mal para a mente e para o corpo. “Ao nutrir a memória de dor, a pessoa vai sendo regida pelo inconsciente e o corpo vai ficando viciado na memória. Isso vira um pensamento cíclico, ou seja, por mais que não queira, ele volta à mente”, conta o professor.
Ao realizar a meditação frequentemente, a pessoa pode chegar a onda theta, mas ela só é boa dependendo do nível. O acelerado é péssimo, e o especialista explica que isso significa que o indivíduo está dependente de lembranças negativas, preso no passado. Já o nível desacelerado é ótimo, pois se assemelha ao de crianças de um a sete anos que possuem a mente aberta ao novo, é mais criativa e se preocupa apenas com o presente.
Fortalecendo o tratamento
Além da meditação, Wallace afirma que para o tratamento contra a depressão ser afetivo e sem uso de medicamentos é necessário aliar essa prática a exercícios físicos, que liberam endorfina, e a banhos de sol, que aumentam os níveis de vitamina D3, protegendo de doenças crônicas. “A pessoa com depressão fica com o sistema imunológico fragilizado, então é importante prevenir contra outras doenças”, diz.
Frequência
Para o professor, o ideal é praticar a meditação duas vezes por dia, todos os dias. Caso seja iniciante, você pode começar fazendo cinco minutos e depois aumentar o tempo gradativamente. Ele afirma que começar a meditar não é algo fácil, então é interessante contar com a ajuda de um profissional no início. Wallace também é palestrante e conta que os exercícios em grupo, em um ambiente propício e com pessoas focadas dão certo.
Utilize a técnica
A meditação cria as condições para sair do piloto automático, parar de pensar em coisas ruins do passado e passar a viver o presente. Ele ainda explica que os pensamentos negativos estão associados a redes neuronais e quando tais lembranças voltam, essa rede é acionada. Com base nisso, o professor ensina uma técnica simples.
A ideia é praticar a meditação e pensar em algo maravilhoso que viveu. Isso irá sobrepor a lembrança ruim. “Toda vez que a memória negativa vem, pense na coisa boa. Faça isso várias vezes e o cérebro vai criando uma nova rede neuronal, um caminho alternativo”, diz Wallace.