‘Westworld’ aposta na ficção científica para ser a nova ‘Game of Thrones’
Série estrelada por Anthony Hopkins e Ed Harris tem dilemas humanos e tecnológicos como grande trunfo; primeiro episódio sai neste domingo (2)
A história de “Westworld”, série que estreia na HBO neste domingo (2) sob olhares ansiosos em todo o mundo, não é exatamente inédita. Inspirada no filme homônimo de 1973, a nova produção de J. J. Abrams, Jonathan Nola e Lisa Joy dá uma aula de como aproveitar a tecnologia em cena e surge como forte candidata ao trono de ferro de “Game of Thrones” no canal.
Robôs que acreditam ser humanos são os protagonistas de “Westworld”, nova série da HBO
Foto: Divulgação/HBO
Estrelada por Anthony Hopkins e Ed Harris, “Westworld” se passa décadas a frente do nosso tempo e é centrada em um parque de diversões onde as pessoas pagam uma fortuna para serem transportadas para uma realidade alternativa que emula o Velho Oeste dos Estados Unidos.
Essa dimensão é habitada por centenas de humanoides desenvolvidos por uma coorporação para entreter e servir os visitantes, mas eles foram programados com um nível de detalhes tão absurdo que os robôs têm vidas próprias e sequer se dão conta de sua natureza.
À primeira vista, a história pode parecer complexa e confusa, mas o primeiro episódio da série faz um excelente trabalho ao deixar tudo muito bem explicado e mostrar as reviravoltas que o resto da temporada reserva.
Dilemas existenciais e tecnológicos
O principal arco do primeiro episódio de “Westworld” gira em torno da consciência dos humanoides do parque. Criados com tecnologia de ponta pelo Dr. Robert Ford (Anthony Hopkins), eles não são os robôs que estamos acostumados a ver no cinema, mas também não são humanos – o que torna o trabalho dos atores que interpretam esses personagens ainda mais difícil, uma vez que não podem ser tão naturais quanto pessoas normais nem travados como androides.
Esses humanoides são introduzidos ao público com o casal Dolores (Evan Rachel Wood) e Teddy (James Marsden). Ela vive na cidade com os pais, enquanto ele chega com o trem que leva os visitantes ao parque. O encontro entre os dois acontece todos os dias, mas eles sempre acham que é inédito.
Entretanto, o personagem mais interessante é The Gunslinger, em uma ótima interpretação de Ed Harris. Ele é uma espécie de vilão que aparece no parque para tentar roubar os segredos da inteligência artificial desenvolvida pela empresa, mas sua natureza é um dos grandes mistérios da série.
Humanos ou robôs?
Anthony Hopkins interpreta o cientista Dr. Robert Ford em “Westworld”
Foto: Divulgação/HBO
Um dos trunfos de “Westworld” é a inocência do telespectador. Sendo imerso em um mundo completamente novo e com nenhuma comparação ao mundo real, quem vê a série não consegue definir a natureza dos personagens a não ser que uma grande evidência seja dada.
Por outro lado, todos os humanoides acreditam que são humanos. Isso, inclusive, é a causa da grande virada no primeiro episódio, quando o pai de Dolores encontra uma foto esquecida por um visitante que mostra que há um mundo além daquele que ele conhece.
Isso faz com que Bernard Lowe (Jeffrey Wright), o chefe de programação dos robôs, tenha de rever a atualização de consciência que deu as suas criaturas. Esses paralelos entre o real e a fantasia têm tudo para dar o tom da série ao longo da primeira temporada.
Com boas atuações e um trio de especialistas em ficção científica, “Westworld” tem tudo para se tornar o grande hit da HBO e pegar carona nos anos finais de “Game of Thrones”. Resta saber se os executivos do canal vão se empolgar tanto com a série quanto os fãs.
“Westworld”
Quando: domingo, 2 de outubro, às 23h
Onde: HBO