Novelas que poderiam ser reprisadas com a nova regra da classificação indicativa
Nova lei permite que tramas violentas sejam exibidas no “Vale a Pena ver de Novo” sem cortes. Saiba que grandes sucessos poderiam ser reprisados
No dia 31 de agosto, o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou uma nova lei que altera a regra então vigente para a classificação indicativa – que determina a idade indicada para que determinado programa na TV seja assistido – dos programas exbidos na televisão, incluindo novelas. O regulamento previa que as redes de televisão adequassem os horários de exibição de seus programas à classificação indicativa. Programas indicados para 16 anos, por exemplo, não podiam ser exibidos no período vespertino na televisão aberta.
Com nova regra, novelas poderão ser reprisadas no “Vale a Pena Ver de Novo” sem cortes
Foto: Montagem/Reprodução/Divulgação
Com a nova regulamentação aprovada pelo STF, essa vinculação ao horário não é mais necessária. Em outra palavras, uma emissora não é mais impedida de exibir um programa recomendado para maiores de 16 anos no período da tarde, desde que avise ao telespectador sobre os conteúdos daquele programa. Isso significa que uma série de novelas e programas que precisam ser cortados para passar no “Vale a Pena Ver De Novo” não precisarão mais passar por cortes em cenas de violência ou de sexo.
A novela “Anjo Mau”, atualmente reexibida à tarde, por exemplo, teve que passar por uma série de cortes em algumas cenas mais violentas. Com a nova regra, esse cortes não são mais necessários. O Supremo enfatizou, entretanto, que mesmo com a nova lei, situações que podem ser consideradas como abusos por parte das emissoras poderão ser investigadas e denunciadas pelo Ministério Público.
Com este novo cenário, uma série de novelas que pela regra antiga tinham poucas chances de serem reprisadas no “Vale a Pena Ver de Novo”, agora poderão entrar no horário com mais facilidade. O iG fez uma lista de cinco novelas que passam a poder figurar no horário da tarde e fazer a algeria dos nostálgicos da Globo.
“Vale Tudo” (1988)
Beatriz Segall e Nathalia Timberg em cena da novela “Vale Tudo”
Foto: Cedoc/TV Globo
Um dos maiores sucessos da dramaturgia nacional de todos os tempos, “Vale Tudo” marcou história na televisão brasileira com sua discussão sobre a corrupção e o “jeitinho brasileiro”. A novela até chegou a ser reprisada no “Vale a Pena Ver de Novo” em 1992, mas encontraria dificuldades em ser reprisada hoje em dia por força da legislação vigente até então.
Com as novas regras, as cenas mais violentas não precisariam ser cortadas, como o assassinato de Odete Roitman (Beatriz Segall), que produziu um dos mistérios de “quem matou?” mais famosos da dramaturgia brasileira.
“Tieta” (1989)
Perpétua (Joana Fomm) em “Tieta”
Foto: Reprodução
Com cenas bastante ousadas, “Tieta” foi um grande sucesso de Aguinaldo Silva que conseguiu criar uma adaptação primorosa do romance de Jorge Amado, que misturou realidade e elementos fantásticos para contar a saga da personagem vivida por Betty Faria.
Com cenas de nudez e outros elementos, a novela teria bastante dificuldade de ser reprisada no “Vale a Pena” por conta da classificação indicativa. Com as novas regras, quem sabe os fãs não possam retornar ao Agreste e reviver todas as emoções desta clássica novela.
“Celebridade” (2003)
Malu Mader e Cláudia Abreu em cena de “Celebridade”
Foto: Divulgação/TV Globo
Inteligente crítica social de Gilberto Braga, essa novela falava sobre a cultura de celebridades e sobre o desejo, quase que descabido de algumas pessoas, de atingir a fama e o sucesso. Por meio de personagens como Darlene (Deborah Secco) e Jacqueline (Juliana Paes), a trama discutiu os limites do bom senso que algumas pessoas ultrapassam para chamar a atenção dos outros e atingir o estrelato.
Por conta de algumas cenas bastante fortes, como o assassinato de Lineu (Hugo Carvana) e a morte de Laura (Cláudia Abreu), essa novela, que se tornou um clássico dos anos 2000, talvez encontrasse dificuldade para ser reprisada nas tarde da Globo. Agora, com a flexibilização das regras, os fãs talvez possam rever este grande sucesso, sem cortes.
“A Favorita” (2008)
Claudia Raia, Mariana Ximenes e Patricia Pillar em “A Favorita”.
Foto: Renato Rocha Miranda/TV Globo
O drama de Flora (Patricia Pillar) e Donatela (Claudia Raia) foi um dos mais impactantes dos últimos anos da teledramaturgia nacional. A novela começou dúbia, sem revelar diretamente ao público quem era a vilã e quem era a mocinha e atiçou a curiosidade do público, que ao descobrir quem era quem, embarcou de vez na história até o fim.
A novela também foi uma das mais violentas e sombrias dos últimos anos, com a cena em que Flora arma para que Gonçalo (Mauro Mendonça) acredite que ela matou sua família e o faz morrer de um ataque do coração sendo uma das mais representativas disso. Tais questões poderiam afastar este sucesso recente das novelas da Globo do horário do “Vale a Pena”. Entretanto, isso agora pode mudar.
“Avenida Brasil” (2012)
Adriana Esteves e Débora Falabella em cena de “Avenida Brasil”
Foto: Reprodução
Outro estrondoso sucesso de João Emanuel Carneiro, esta novela se tornou rapidamente um dos maiores sucessos da dramaturgia nacional dos últimos tempos. O público ficou cativado pela trama de vingança de Rita (Débora Falabella) contra sua madrasta Carminha (Adriana Esteves), que destruiu sua vida quando ela era apenas uma criança.
A vilã, por exemplo, caiu no gosto do público e já é lembrada como uma das maiores na história das novelas. A trama era muito violenta para os padrões da antiga versão da classificação indicativa. Agora, com a nova regra, talvez o público possa rever as tiradas impagáveis de Carminha.