Emmy não inventa e consagra "Game of Thrones" como maior drama da história

Produção da HBO vence principal prêmio da noite pelo 2º ano consecutivo e se torna a série dramática mais premiada de todos os tempos. Noite teve mais surpresas do que o habitual, mas os bispos de sempre também deram as caras

Aconteceu em Los Angeles, no domingo (18), a 68ª edição do Emmy Awards, maior premiação da televisão americana, e, a exemplo do que ocorrera em 2015, a HBO emplacou as duas séries vitoriosas nas principais categorias. “Veep”, sátira sobre a rotina e os bastidores da casa Branca estrelada por Julia Louis-Dreyfus, venceu entre as comédias e “Game of Thrones” prevaleceu entre os dramas. São os mesmos resultados do ano passado. Mais previsível ainda foi a vitória de Julia Louis-Dreyfus entre as atrizes de comédia – a sua quinta seguida na categoria e a sétima na história.


“Game of Thrones” venceu o Emmy de melhor série dramática pela sua sexta temporada

Foto: Divulgação

Havia boas opções tanto entre os dramas como nas comédias para o Emmy sair do lugar-comum, mas para cada surpresa – e em 2016 elas foram em maior número do que a Academia de Artes e Ciências Televisivas costuma oferecer – um favorito habitual prevalecia. Para cada Tatiana Maslany, surpreendentemente, ainda que merecidamente vitoriosa entre as atrizes dramáticas por seu trabalho múltiplo em “Orphan Black”, aparecia uma Maggie Smith por “Downtown Abbey”, novamente triunfante entre as coadjuvantes em drama.

A noite se dividiu entre “The People vs O.J. Simpson”, que varreu as categorias da divisão de filmes e minisséries feitas para a TV, e “Game of Thrones”, que já havia feito história no Creative Emmys, e com as vitórias desse domingo se tornou o drama mais vitorioso de todos os tempos no Emmy.

A badalada série “Mr. Robot” teve seu protagonista Rami Malek consagrado como o melhor ator dramático. A disputa era dura e a vitória do ator que dá vida a um hacker esquizofrênico confirmou a tendência das categorias de atuação dramáticas de serem as mais oxigenadas da noite. À parte Maggie Smith, todos foram vitoriosos de primeira viagem. O excepcional Ben Mendelsohn também foi vitorioso de maneira inédita entre os coadjuvantes masculinos.

Na seara das comédias, menos surpresas. Jeffrey Tambor voltou a vencer entre os atores por seu papel em “Transparent” e disse que é “tolice eleger melhores atores ou atrizes”. Julia Louis-Dreyfus externou preocupação com os rumos da política americana ao receber o Emmy como melhor atriz por “Veep”. “Quando começamos a fazer essa série, ela era uma sátira. Hoje, parece um documentário”. A ótima Kate McKinnon ganhou como coadjuvante por “Saturday Night Live” e Louie Anderson por “Baskets”. Curiosamente, os dois atores premiados em comédia no Emmy interpretam personagens femininas. No caso de Tambor, um personagem transgênero.

Pouco inspirado, o apresentador Jimmy Kimmel, âncora de um talk show muito visto nos Estados Unidos, sofreu para manter o pique do programa e só foi realmente engraçado quando Matt Damon subiu ao palco para tirar um sarro dele por perder a disputa entre os programas de variedades para John Oliver.

De maneira geral, apesar da duração mais enxuta, apenas três horas, o Emmy 2016 pareceu arrastado. A repetição dos principais vencedores de 2015 também não ajudou a levantar a moral de quem ficou até tarde conferindo a premiação. Mas no ano em que “Game of Thrones” atingiu um patamar inédito de excelência televisiva era pura inconsequência esperar um resultado diferente do principal Emmy da noite.



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