Quais são os riscos de inventar exercícios malucos na musculação?
Felipe Franco, marido de Juju Salimeni, mostrou a mulher fazendo um exercício de ponta cabeça e gerou polêmica
Praticante de musculação há mais 15 anos, Juju Salimeni gerou polêmicas recentemente. Isso porque seu marido e educador físico, Felipe Franco, publicou um vídeo da musa fitness fazendo um exercício de ponta cabeça.
Felipe Franco e Juju Salimeni
Foto: Reprodução/Instagram
Ficou no ar uma dúvida: é perigoso inventar na hora de fazer exercícios? Para o educador físico Eduardo Armond, os riscos existem até mesmo nos exercícios considerados comuns, quando não são orientados de forma correta. “Devemos pensar em não inventar aquilo que já foi criado para benefício específico”, comenta.
Além de perigosos, os “exercícios malucos” não são tão eficazes, segundo Eduardo. “Sem contar o risco de acidente, que podem levar desde lesões ou até a óbito”.
Já para o também educador físico Vinicius Borges existe uma explicação para Felipe Franco ter orientado Juju a fazer esse exercício. “Cada um tem de respeitar sua área. Eles têm a vivência prática, são ;bodybuilder e com certeza o Felipe não passaria esse tipo de exercício para iniciantes ou intermediários”.
Mas afinal, quais são os riscos de, por exemplo, executar um exercício de ponta cabeça? “O risco mais leve é alguns hematomas. Mas o risco de fraturar a cervical e ficar paraplégico ou tetraplégico também existe”, conta Vinicius.
“Uma invenção acaba trabalhando mais outros músculos do que o próprio músculo alvo. Joelhos e ombros são os que mais sofrem com invenções”, alerta o também educador físico Symon Coelho.
Casos graves
Maria Eugênia Bispo
Foto: Reprodução/Instagram
Recentemente, dois casos chamaram a atenção para os riscos de “exercícios malucos”. Maria Eugênia Bispo usa as redes sociais para contar como é sua recuperação. Ela testou um abdominal que viu na internet, quebrou a coluna e ficou paraplégica. Depois de cirurgia, tratamento e fisioterapia voltou a andar. “Ex-paraplégica lutando para voltar a andar 100%”, é como ela se descreve no Instagram.
Em janeiro deste ano, a imprensa noticiou que uma jovem havia caído de cabeça e fraturado a coluna ao fazer um tipo de abdominal invertido em uma academia de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.
Como variar o treino sem se arriscar?
Quem frequenta academia sabe que de tempos em tempos o professor troca seu treino porque seu corpo acaba se “acostumando” com o que está sendo feito. Talvez esse seja outro motivo para os “exercícios malucos”. “O cara está há 10, 15 anos fazendo os mesmo exercícios, aí eles precisam inovar”, finaliza Vinicius.
Symon observa outro ponto. Para ele, é possível mudar os treinos e criar novos desafios sem correr o risco com invenções. “Existem inúmeras variações de exercícios dentro dos padrões seguros. Podemos fazer com que esses exercícios continuem tendo efeito alterando peso, volume de treinamento, intensidade do treinamento, metodologia, fazendo combinações e utilizando equipamentos que foram feitos para exercícios específicos”.
Felipe Franco
Foto: Reprodução/Instagram
Resposta de Felipe Franco
Depois de tantas críticas, Felipe Franco acabou respondendo em sua conta no Instagram. “O exercício foi direcionado para Juliana que tem um condicionamento apropriado para tal execução. Hoje vemos diversas modalidades que realizam exercícios absurdos com uma probalidade de lesão muito maior e que postam em suas redes sociais para ganhar seguidores, chamar atenção e etc”, escreveu.
“Quando fiz a postagem, eu já esperava a repercução e por isso deixei um direcionamento”, ressaltou Felipe. Na legenda do vídeo de Juju, ele disse que não estava mandando ninguém imitar ou executar o exercício daquela maneira.
“Não é a primeira vez que isso acontece, diversas personalidades já foram vítimas de repost de vídeos de treinos. Mas eu sou uma oportunidade de visibilidade para estes doutores. Eu prefiro ser o sábio que não sabe de nada, do que um imbecil que diz saber tudo”, completou.