Jorge Vercillo oscila na safra do álbum de inéditas ‘Vida é Arte’
A influência de Djavan já se dissipou na discografia do cantor
Jorge Vercillo oscila na safra de ‘Vida é Arte’
Foto: Reprodução da capa do disco digital ‘Vida é Arte’
Rio – É injusto cravar em Jorge Vercillo o mordaz rótulo de ‘Djavan genérico’ após a audição de ‘Vida é arte’, álbum de inéditas recém-lançado pelo artista em edição física em CD. A influência de Djavan já se dissipou na discografia do cantor.
Contudo, a safra autoral do álbum resulta oscilante. Há requintada canção como a faixa-título ‘Vida é arte’ e há também bela parceria com Flávio Venturini, ‘Luzes que se movem pelo céu’.
Em contrapartida, há genérico samba-funk, ‘Silêncio na favela’, em que Vercillo recebe o convidado Carlinos Brown para discorrer com clichês sobre as comunidades.
A música com mais apelo radiofônico, ‘Pra valer’, é boa, mas lembra demais a arquitetura pop das canções de Lulu Santos. Sem falar que ‘Noite dos jangadeiros’ — de Vercillo com o baiano Jota Velloso — soa como xerox apagada das canções praieiras do genial compositor baiano Dorival Caymmi (1914 — 2008). Nem tudo é arte na vida.